sábado, 28 de novembro de 2009

encontros

Olhei pela janela. Haviam muitos carros em volta.

Dentro dos carros, dos muitos carros, pessoas. Com seus destinos em mente, com sua agenda, programação, horário, responsabilidades, tarefas, e afazeres. E passa mais um carro, com mais uma pessoa. E outro, e outro. São tantas pessoas, e tantas situações diferentes em que elas vão se encontrar daí alguns minutos. Milhares de pessoas moram na mesma cidade que você. Milhares de pessoas vezes milhões de possibilidades de caminhos a seguir, escolas em que estudar, lugares para frequentar. As chances de desencontro são incalculáveis.

As de encontro então, nem se fala. É incrível pensar que, numa cidade tão grande, com infindáveis ruas e lugares e lojas e escolas, eu consiga achar pessoas tão certas. Não só amigos certos, mas conhecidos certos, com sorrisos e olhares reconfortantes. É engraçado como não paramos nunca pra pensar nisso.

E mais engraçado ainda é quando não nos damos conta de que a pessoa é a pessoa certa - e precisamos dar um giro de 360º pra perceber que tudo o que você queria estava na sua frente o tempo todo. Ou, no meu caso, na sala ao lado.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

a um amigo.

Eu me sento aqui sem saber bem o que falar. Afinal, foi seu aniversário de 18 anos ontem. É uma data importante. Mas como eu vou saber? Ainda faltam 3 anos e meio pra minha vez de fazer 18 anos chegar. Mas enfim.

Saiba que você tendo 18, 20, 25 anos, vai ser sempre o Luiz Fernando bobão que eu conheci um ano e alguns meses atrás. O mesmo bobão, viciado em filmes, em Arctic Monkeys, anos 50 e rock. O mesmo cara super talentoso, doce, mais irônico e sarcástico impossível, mas ainda assim doce. E o meu melhor amigo.

É engraçado. Eu nunca nem te vi, e você é uma parte essencial da minha vida. O quão estranho isso é? Sabe, eu não te vejo todos os dias, ou todos os fins de semana, ou ao menos todos mês, mas eu sei que você sempre vai estar lá (aí, que seja.) por mim. E pode apostar que eu vou estar (aqui) por você.

Sabe, as coisas mudam. Agora que você faz 18 anos, você pode ser preso! Seu banana, vai ter que ficar mais responsável, agora. Acorda, você está na faculdade. Que tal aprender a estudar, em vez de ficar vadiando e desenhando, hein? Pensa bem! Daqui alguns anos você vai se formar, e vai começar a trabalhar, e vai ter que começar a sustentar sozinho (enquanto eu ainda vou estar no colegial. foda-se). Enfim. Esse tipo de coisa muda. Mas uma coisa não vai mudar: a vontade que eu tenho que te dar uns pedalas. Sério.

De qualquer forma, Lulis, parabéns mesmo. Você tem um grande futuro pela frente, e tudo vai ficar mais difícil agora, eu te desejo força pra encarar tudo que Deus colocar na sua vida. Te desejo tudo de bom. Você é demais, cara. Claro! Se é o meu melhor amigo, tem que ser demais, hehe.

Não suma da minha vida, seu gay. Eu realmente não sei o que eu faria sem sua amizade.

domingo, 22 de novembro de 2009

O que nos torna humanos?

Um encéfalo desenvolvido? Um polegar opositor? A capacidade de raciocinar combinada com a capacidade - e necessidade - de sentir? Ou o conjunto disso tudo?
Depois de assistir ao filme '2012', fiquei pensando: o que torna a humanidade, de fato, a humanidade? Pra se chegar a uma conclusão, fazendo um paralelo com o filme, pensa-se: no filme, o que os indivíduos que dariam continuidade à raça humana se preocuparam em salvar?

Quadros, pinturas, livros, esculturas. Ao invés de salvarem 400 pessoas, salvaram um quadro de Da Vinci. Faz sentido isso? Não salvar um quadro nos tornaria menos humanos?
Existem 6 bi de pessoas no mundo. É inimaginável a quantidade de línguas, religiões, crenças, rituais e valores que existem. E vale mais a pena salvar dois ou três quadros, de um certo pintor, de um certo período histórico, que têm um certo valor em dinheiro, do que salvar 500 pessoas, de culturas diferentes, pensamentos, religiões, e origens?

O que tem mais valor? Um passado morto, que influenciou no que somos hoje, ou o presente, que influenciará no futuro? O que influenciará mais as gerações futuras? O estilo de Da Vinci ou descobertas de algum cientista japonês?

É claro que é importante guardar certas coisas do passado que marcaram nossa história. Porém, nós somos história viva. E por essa história ser viva, ela é construída e modificada a toda hora - não é a falta de um quadro ou uma escultura de 400 anos que vai modificar alguma coisa.

A arte é a criação. É algo extremamente belo e característico dos humanos. Mas o que tem mais valor: a criação ou a criatura?

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

o brilho nos olhos

Nenhuma tarde, noite, dia, madrugada ou lusco-fusco eram mais em vão. Todos os seus dias agoram tinham um propósito, um significado e um hino. Todas os seus minutos eram iluminadas por música, todas as suas ações eram preenchidas por graça, todas as suas palavras eram coloridas por melodia.

A mudança no seu humor, espírito e sorriso estavam bem aparentes. Estava mais doce, mais suportável, até mais bem-humorada. O sorriso agora sorria, acompanhado pelos olhos e pelo coração. Mas os olhos...

Novamente, aquele brilho nos olhos, que raras vezes fora conquistado. Ele caracteriza muita coisa. Ela estava feliz de novo. Mas uma felicidade não concreta - dotada de explicações. Algo que ela simplesmente sentia. A felicidade a que me refiro é o impulso que te leva a cantar de repente uma música bonita, o reflexo de sorrir a qualquer movimento, a vontade de gritar a todos pulmões sem nenhum motivo aparente.

E ela estava ali, vivendo, com seus olhos brilhando, com seu peito estufado, mas principalmente, com o coração preenchido.

domingo, 15 de novembro de 2009

terça-feira, 3 de novembro de 2009

viu, bisviu

Bruna andava lentamente por aquela loja, com seus amigos, em busca de algo que realmente prendesse sua atenção. Seus olhos brilhavam com tanta tecnologia, com tanta inovação, e com tantas novidades. Aquela loja era a personificação de tudo de que ela gostava. Tecnologia, livros, filmes, música, jogos. Com certeza, se tornaria a loja preferida dos geeks, em algumas semanas, mas ela não ligava pra isso.
Andava lentamente entre livros, e depois CDs, quando o viu.
Viu, bisviu. Ela precisava ter certeza de que era real, e não só uma miragem minuciosamente produzida pelo seu cérebro, que estava prestes a entrar em combustão espontânea. Sim, era real. Era bem real.
O tempo parou. Tudo desapareceu. Eram só ela e ele, agora. Seu coração começou a bater mais rápido; sua respiração ficou mais acelerada; sua face, rosada. Só alguns metros a separavem dele. Bruna precisava muito ir até ali, apreciá-lo de perto. Toda a sua magnificência, perfeição e grandeza a encaravam, a desprezavam, de forma tão irresistível. O momento foi perfeito. Ela desejou poder tê-lo, apesar de saber que tal coisa seria impossível. Tentou se consolar com a estatística - afinal, estatisticamente tudo é possível. Mas não adiantou.
Aquele momento virtualmente perfeito acabou em alguns milésimos de segundo. Seus amigos a arrastaram para longe do seu muito amado sonho de consumo, um boneco do Coringa.