quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

sobre 2011

Vejamos.
Junto a 2004, 2008 e 2010, um dos piores anos da minha vida. Só não sofri do tanto que sofri em 2008 porque passava todos os dias da semana fora e conseguia manter minha mente ocupada com outras questões. Foi o ano em que percebi que a solidão que eu sinto provavelmente não tem cura, só tratamento - que, por sinal, pode ser bastante eficiente e que funciona como um analgésico ou anestésico do problema. Pensei, pensei, e pensei bastante sobre tudo o que me faz sentir sozinha, pensei e repensei se vale a pena continuar viva, questionei por diversas vezes o motivo e o valor da minha existência, entrei em contradição interna outras diversas vezes, percebi que a dualidade que existe dentro de mim é bem maior do que eu pensava, fiquei de luto muito tempo por muitas perdas.
2011 também foi um ano de intensas leituras, reflexões e questionamentos, que trouxeram consigo um doloroso amadurecimento. Muitas brigas e reconciliações. Com o passar do tempo, percebi quem realmente era importante pra mim - e também consegui perceber para quem EU sou importante. Repensei muitas vezes meus valores, minhas atitudes, minhas convicções... abri mão de algumas crenças, questionei minha intolerância e acredito que mudei em muitos aspectos.
E aliada a tudo isso, aquela imensa preocupação com o meu futuro e com o vestibular.

All in all, o ano foi uma merda e a única coisa que me anima para continuar viva em 2012 é que não dá pra piorar. (aliás, esta passou a minha filosofia de vida: sempre pode ficar pior, então anime-se com o fato de que qualquer melhora é alguma coisa)

E para o que der e vier, IN OMNIA PARATUS. Vou tentar encarar tudo de cabeça erguida.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

náusea

A náusea.
E tome remédios, faça terapia, entre na mais atualizada rede social. Isso tudo pode mascarar, mas não deleta a náusea. A náusea é um ser superior, que me olha de cima pra baixo, que gosta de me manter sob seu controle, que gosta de me puxar pelo cabelo e impedir-me de fazer qualquer movimento para dela escapar.
Quando ela ataca, fico impotente, apática e ao mesmo tempo infeliz. Estranho como fisiologicamente ficamos nauseados quando há um excesso dentro de nós - mas essa náusea psicológica alcança seu pico quando eu estou o mais vazia possível - vazio esse obtido depois de tempos e tempos de dar e não receber.
Mas o que ela é? Um cansaço, talvez? Preguiça, desistência sociais? Talvez tudo isso.
Só sei que ela tem estado aqui há tanto tempo que eu me esqueci o que significa não estar nauseada. Minha velha amiga - inimiga -, companheira - traiçoeira -, que definitivamente - definitivamente - está sempre, sempre aqui. E ela é astuta, quer ocupar todo o espaço dentro de mim, e se passa por consciência, por intuição, por raciocínio lógico. E é claro que todos os seus pseudo-conselhos, toda a sua pseudo-moralidade levavam a um único e óbvio objetivo: manter-me sozinha. e vazia.
Mas eu cansei, náusea. Eu cansei de você. Apesar de eu saber que você sempre vai me acompanhar - pois você é um desdobramento de mim mesma - eu decidi usar você contra você mesma. Vou vomitá-la e, com isso, fazer vários remendos nos buracos que você deixou em mim.