sábado, 2 de maio de 2009

esboço sobre traição - parte 2: fidelidade

O garoto não suportou as palavras da garota e fechou os olhos.
Sentiu uma lágrima, quente e cortante, descendo pelo seu rosto.
A garota o olhou com desdém. Não sentia pena dele; sentia pena de si própria.
- Eu fui fiel à você, o garoto disse, quebrando o silêncio pesado.
A garota levantou as sobrancelhas, com espanto, e, com seu olhar, encorajou o garoto a continuar.
- Eu sempre fui fiel, sim. Ao meu sentimento por você.
- Mas a fidelidade também é aplicada na prática, meu bem, a garota disse.
- O que pra você é fidelidade?
- Bom... é seguir os seus ideais, seus valores, princípios acima de qualquer coisa.
- É seguir ou não trair?, o garoto questionou.
- Quando você segue você não trai.
- O que é trair um princípio?
Eis uma pergunta que quase ninguém consegue responder. Quando a situação é difícil e a melhor opção é trair suas idéias, devemos trair ou não?
Se você não deixa seus princípios, orgulho e valores de lado, algumas vezes, em algumas situações, você pode sair machucado. É muito difícil reconhecer quando você deve permanecer irredutível, e quando deve-se ceder.
O que não fica muito claro hoje é: não é porque você deixou seu princípio de lado, em alguma situação, que você vai abandoná-lo para sempre, ou que você não acredita mais naquilo.
- Você me traiu, ora, a garota respondeu.
- Eu não traí meu amor por você. Eu traí a mim mesmo.
A fidelidade entre um casal é outra coisa... além de levar em conta os seus valores, deve-se levar em conta os valores da pessoa também. O jeito da pessoa, o gênio, o temperamento.
Sim, vez ou outra é preciso passar por cima de, por exemplo, o amor-próprio. O amor que você sente pela pessoa deve ser maior que o seu orgulho, quando se trata de princípios. Veja bem, princípios e não ações.
- O que você acha que eu devia fazer?, a garota pergunta.
- Eu quero seu perdão.

Um comentário:

Unknown disse...

é, continuua i.i