segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

sobre o céu, o vento, swanage


A primeira coisa que constatei depois de alguns poucos dias em Swanage foi que o céu era lindo.

Todos os dias havia algo a ser feito, pela escola, alguma atividade, geralmente em outra cidade. Às vezes voltávamos antes do previsto, e eu ia para um monumento, em memória dos cidadãos de Swanage que lutaram nas guerras mundiais, que ficava em frente à praia. Em volta desse monumento havia quatro bancos, e o meu preferido era o que ficava de frente para o mar.
O clima em Swanage era agradável. O calor do sol não deixava a pele ardendo, não estava frio, e não choveu nem meia dúzia de vezes. O constante vento, típico de cidades litorâneas, era muito bem-vindo, e vez ou outra as nuvens saíam do caminho e me deixavam ver o sol.
Sentava-me lá, muitas vezes sozinha. Mas era uma solidão muito por mim apreciada. Eu respirava calmamente, para deixar registrado na minha memória todos os odores que eu podia sentir. Olhava para o mar. Uma imensidão azul e verde. De lá dava pra ver a praia inteira, de ponta a ponta. Eu via o píer, perto de onde eu costumava comer crêpes de Nutella de jantar ou pizza, eu via as Old Harry's Rocks, eu via todas as lojas a que eu gostava de ir. Era o lugar perfeito.
Sem nenhuma distração, companhia ou algo a ser feito, eu não fazia muito além de olhar o céu.
E foi lá que eu tomei tanto gosto pelos fenômenos naturais diários, o pôr e o nascer do sol, o vento, a forma como a luz incidia nas nuvens. Eu me percebi cercada de tantas coisas bonitas, e me perguntei como não tinha visto aquilo antes.
O vento provocava as mais bonitas reações no ambiente. As nuvens, bem devagar, se mexiam. As ondas iam se intensificando; consequentemente, a música de fundo produzida por elas. As árvores balançavam de um lado para o outro, como se estivessem dançando, ou me convidando para dançar. Eu podia ver algumas pétalas de flores sendo levadas pelo vento, viajando pelos ares da cidade. Havia pássaros planando a alguns metros de mim. A areia saía da praia e ia fazer desenhos bonitos na rua asfaltada. A grama me dava a impressão de que queria sair debaixo dos meus pés e pairar por aí como as pétalas e os pássaros. E tudo isso em alguns instantes.
Eu gostava muito de poder ficar ali, sozinha, assistindo ao espetáculo natural que acontecia em volta de mim. E gostei muito de ter vivenciado tudo isso, pois voltei da viagem com outros olhos. Agora em vez de olhar para o carro da frente, eu olho para as nuvens; em vez de olhar para o trânsito, eu olho para os pássaros. Foi necessário que eu viajasse para outro continente para que isso pudesse acontecer.
O céu é diferente a cada dia. O céu transmite uma sensação diferente a cada dia. O pôr-do-sol mais bonito é no inverno, quando forma-se um arco-íris gigante acima do sol; o mais alegre é na primavera, quando as cores predominantes são laranja e rosa; e o inesquecível é, com certeza, o de Swanage.
Ficam aqui a minha saudade e o resultado das várias epifanias que tive ao assistir ao pôr-do-sol de lá.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

conto de natal

Lisa estava indo ao Subway mais próximo, na esquina da Nove com a Portugal, pois era o único restaurante que poderia estar aberto até tão tarde. Como uma boa workaholic, Lisa fizera hora extra para usar de argumento quando for pedir para o chefe a tão almejada promoção.
O lado bom de andar nas calçadas da Nove de Julho à uma da manhã é que as luzes de natal deixam o ambiente úmido e frio mais aconchegante e mágico. O céu estava limpo e as estrelas brilhavam com força, mas se estivesse nevando um pouco o lugar ficaria mais bonito ainda.
Ela andava a passos longos e arritmados, só conseguia andar com um ritmo constante quando estava ouvindo alguma música. Seus passos ecoavam ao longo do quarteirão, e o único movimento por ali, apesar de ser madrugada de sexta para sábado, era o de prostitutas. Ela esfregou as mãos e percebeu que o frio agradava-lhe, e praguejou mentalmente por morar num país tropical.
Estava chegando ao Subway quando viu que a porta estava fechada, e ali encontrava-se uma placa, na qual lia-se o bilhete "Horário especial: dia 24, das 10:00 às 18:00; dia 25 não abriremos". É claro, que tolice. Era uma da manhã do dia vinte e cinco de dezembro. Ingenuidade pensar que algum lugar estaria aberto. Ela sentou-se na calçada, beirando a rua, e bufou. Riu sozinha da besteira que fez.
Foi quando viu alguém do lado oposto da rua, sentado exatamente como ela, na frente de um posto de gasolina fechado. Ela virou a cabeça para o lado, a figura o fez também. Ela piscou com a luz do celular duas vezes, a figura o fez três vezes. Esta então sentou-se embaixo de um dos poucos postes iluminados, possibilitando assim que Lisa tivesse a visão, embora embaçada, do seu rosto. Era um rapaz de camisa, gravata e mochila; provavelmente estava ali porque trabalhara até mais tarde, seus cabelos estavam bagunçados pelo vento frio e cortante e suas mãos cobertas por luvas. Não era de uma beleza excepcional, mas chamava atenção pelos olhos bonitos.
Lisa fez menção de levantar-se e dividir a madrugada de Natal com aquele amável desconhecido, mas desistiu. Ele provavelmente devia estar esperando pela carona de alguém. Então ela refletiu mentalmente por que razão ela estava sozinha. Bom, não tinha namorado, seus pais estavam na Califórnia, sua irmã estava passando o Natal com a família do marido e seu irmão... bem, ela não tinha notícias do irmão havia meses. Não que ela se esforçasse para consegui-las, também. Devia haver alguns meses já que ela não via os pais; qualquer feriado era oportunidade para trabalhar mais e ganhar mais dinheiro. Certo. Ela tinha milhares na poupança, mas não tinha um único indivíduo com quem tomar um vinho espumante, com quem trocar presentes, com quem sorrir e conversar no Natal. Triste? Triste. Deprimente? Deprimente. Satisfatório? Talvez. Lisa era bem conformista e conformada com sua vida. Fazer o quê?, era seu lema.
Absorta em seus pensamentos, não percebeu o amável desconhecido atravessando a rua - sem se preocupar com carros, pois passava um a cada 10 minutos, e era da polícia, fazendo ronda -, sentando-se ao lado dela, abrindo a mochila, pegando uma garrafa de vinho de supermercado e servindo-o num par de copos de plástico.
"Está servida?", ele perguntou, sorrindo.
"Claro", Lisa respondeu. "Um brinde à solidão."
"Não, não gostei..." ele disse, olhando para seus pés e refletindo. "Um brinde ao Natal", disse, por fim.
Ela consentiu com um gesto de cabeça. "Feliz Natal". Os dois brindaram e deram goles longos em seus respectivos copos.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

carta suicida

Não estava chovendo, não estava nublado, o ambiente não estava denso por causa de um clima triste. Não havia nenhuma gota de álcool em volta dele, muito menos drogas, muito menos remédios para dormir. Nada que pudesse justificar tal atitude.
Na verdade, o dia era definitivamente muito bonito, claro e ensolarado, quente, aconchegante, um perfeito fim de tarde de primavera com cheiro de baunilha. A hora do dia era aquele momento entre o crepúsculo e o fim da tarde; quando o sol está lá no horizonte e a cor do céu fica indefinida por um dégradé do azul quase preto para o verde.
Quando encontraram-no já era tarde, estava inconsciente e seus lábios estavam azuis. Uma carta foi encontrada.
A carta foi publicada num jornal nacional no dia seguinte à morte.

"A todos e qualquer um que se importe, de alguma forma, ao ponto de ler esta carta.
Eu não ligo se a minha morte entristeceu-te, alegrou-te ou enraiveceu-te. O importante é que você foi afetado. A minha vida inteira tentei afetar as pessoas, e seria uma ironia se só em morte eu conseguisse, de fato.
A questão é que senti que minha batalha foi perdida em algum momento de fraqueza... tantas pessoas me dizendo o que e como fazer chegou a me tresloucar, eu estava sendo mais afetado do que estava afetando as pessoas, entende, caro leitor?
A causa da minha morte é simples. Trancarei-me na garagem e inalarei monóxido de carbono. Entende? O monóxido aos poucos me envenenará, me tomará por completo, assim como o veneno da minha infelicidade e insatisfação. Não busquei refúgio em drogas, pois sei que o cigarro e os alucinantes seriam uma saída finita. Não busquei substituir água por álcool, pois morrer aos poucos por causa de uma cirrose não seria agradável. Escolhi uma tarde simples e perfeita, uma tarde que não me faria mudar de ideia, uma tarde que não me faria sentar numa varanda e pensar sobre como sou (fui?) miserável.
A questão, novamente, é que fiquei louco depois de começar a trabalhar no jornal. Sim, faz anos, e sim, eu dizia a todos que estava feliz, mas é óbvio, devido às circunstâncias atuais, que era uma mentira. Poder finalmente dizer minhas ideias sem me esconder foi ótimo, mas as críticas me corroíam e me faziam perder minha fé nas outras pessoas. Diziam-me para escrever sobre atualidades, ninguém quer saber sobre o fascismo, as pessoas querem saber das novelas e das celebridades... como se tudo que acontece hoje não dependesse do que aconteceu anos atrás. Novamente digo, perdi a fé nas pessoas. Estavam, aliás, são tão ocupadas em criticar, em não refletir e em vituperar tudo que não vai de acordo com seus valores superficiais que até olhavam para meus textos, mas não os liam. As pessoas são tão ocupadas em provar que elas mesmas estão certas que agem da forma errada.
Veja bem, amigo ou amiga, ignorância é uma bênção, de fato. Mas a ignorância pura, como a das crianças. A partir da adolescência não é possível encontrar indivíduos ignorantes. Todos são espertos, mas tão espertos que sabem que a alienação é o caminho mais fácil e indolor. E por eu não ter escolhido esse caminho, bem, cá estou, frio e inconsciente. Eu, finalmente, inconsciente! Ah, as ironias da vida... ou da morte.
Eu sei que você, leitor, lerá esta carta, olhará para o horizonte, balançará a cabeça e refletirá por alguns instantes. Mas depois sua vida vai voltar ao normal e seu pensamento nunca mais retornará à minha morte, pois é isso que as pessoas fazem.
Mas eu não estou escrevendo isso por você. Eu faço isso por eles, aqueles jovens que estão prestes a percorrer o mesmo caminho que eu percorri. É nesses jovens que a minha nova esperança instalou-se. E o meu conselho é: vendam-se. Vendam-se bastante. E quando estiverem totalmente comercializados, quebrem toda essa hipocrisia e mediocridade, chacoalhem a cabeça das pessoas, essas pessoas que um dia foram suas fãs. Afetem quem quer ser afetado, e acreditem, eles vão querer ser afetados por uma celebridade. Vão ao talkshow da Oprah, dêem-lhes o que eles querem, depois mostrem o quão estúpido superficial é o que eles querem. Afetem esses seres. E, por obséquio, realizem esse pequeno desejo desse cadáver putrefato: usem a minha morte para afetar as pessoas em vida.
À sociedade o que é da sociedade. Minha breve existência e último suspiro"

domingo, 5 de dezembro de 2010

sobre minha raiva

É muito comum eu me deparar (vendo no orkut, por exemplo) com situações que não têm relação direta comigo mas que mesmo assim me irritam. As atitudes das pessoas me irritam.
E como hoje parei para pensar sobre isso, descobri que o que me irrita nessas situações é a ignorância das pessoas. Os indivíduos fazem coisas que eu considero ingenuidade e, em certos casos, ignorância. Muitas vezes penso isso porque vejo-os passando por algo que eu mesma já passei e gostaria de ter feito diferente. Muitas vezes eu me espelho nessas pessoas, e enxergo o quão estúpida eu mesma já fui, apesar de, na época, eu saber que eu estava me iludindo acerca de alguma coisa, de algum jeito.
Encolerizam-me as ilusões. Ilusões de que há um método alternativo para conseguir o que queremos, ilusões de que de fato conseguiremos o que almejamos... ano passado eu havia prometido a mim mesma que, este ano, eu começaria a acompanhar o jornal todos os dias, leria todos os livros difíceis, veria todos os filmes "cults" mas adivinhem só. E isso é um alerta para todos os individuozinhos entrando no colegial ano que vem: NÃO É ASSIM TÃO FÁCIL MANTER-SE CULTO E POLITICAMENTE ATIVO QUANDO SE ENTRA NO COLEGIAL. É extremamente fácil ler muitos livros até a oitava série. Agora experimente, em pleno setembro, tendo duas provas, 26 aulas e um mol de quilos de matéria por semana, pegar o Crítica da Razão Prática para ler, tendo que conciliar as horas de leitura com as (muitas) horas de estudo, as horas de amigos, as horas de computador, as horas de lazer, as horas de jornal e as horas de sono e necessidades básicas.
Abespinham-me as falhas. Falhas no plano. Era pra ser de um jeito e aconteceu de outro. Mas além das falhas, a minha impotência para com essas situações falhas. Não pude fazer nada para que acontecesse de outra forma. Eu adoraria chacoalhar algumas cabeças agora e falar "isso não vai dar certo, não bote fé", e eu adoraria que alguém tivesse feito isso comigo antes de me eu me decepcionar.
E depois de escrever tudo isso, descobri que tudo o que realmente me assoma são as minhas frustrações. Tenho raiva das coisas porque sou frustrada, porque comigo não aconteceu diferente.

E acho que meu blog é o melhor psicólogo que existe, obrigada.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

mamãe, quero uma barbie!

Good times for a change. See, the luck I've had can make a good man turn bad.
So please, please, please... let me, let me, let me, let me get what I want this time.
Haven't had a dream in a long time. See, the life I've had can make a good man bad.
So, for once in my life, let me get what I want.
Lord knows, it would be the first time.
Lord knows, it would be the first time.

Sim, por favor, me deixe conseguir o que eu quero dessa vez.

É que eu cresci com a idéia na cabeça de que eu ia morar numa casa tão grande, e todo dia ia acordar e me pentear sentada numa penteadeira linda, branca, com detalhes dourados, feito uma de princesa, sabe?, e não aconteceu bem assim. Eu queria uma pantera preta, e hoje tenho um cachorro pequeno. Eu queria um quarto grande pintado inteirinho de verde limão e prata, mas a cor das paredes é bege. Eu queria um laço vermelho pra amarrar no meu cabelo, mas só tenho uma tiara. E as bonecas, queria ter tido tantas Pollys, tantas Barbies, e eu até tinha algumas, mas eu queria sempre mais, sempre muito mais, e eu não tinha. Não tinha.

E isso é tão horrível!
Não o fato de eu não ter conseguido todas essas coisas, mas o fato de que desde pequenos somos condicionados a querer mais e mais, nunca nada é o suficiente. Se você ganha uma boneca, logo quer a roupa de festa da boneca, e a casa da boneca, e o carro da boneca e os amigos e namorados da boneca. Quando ganhamos o que queremos, ao invés de nos contentarmos, queremos mais coisas ainda. É a sociedade do descartável, da insatisfação, do instantâneo. E essa geração de crianças insatisfeitas e mimadas hoje cresceu, e é a geração dos adolescentes promíscuos e sem amor próprio.
Sim. A menina que antes queria a Barbie agora quer beijar um garoto. E ela consegue esse garoto com a facilidade com que conseguiu a Barbie. E essa garota vai descartar o menino assim como descartou a Barbie.
Não há mais a espera, a ansiedade, a alegria ao abrir os presentes de Natal e ver que aquele brinquedo que você vem pedindo há meses finalmente é seu. Não há mais a paquera, a sedução, a demora. Tudo se entrega com a mesma facilidade e praticidade com que se descarta.
Somos uma geração de consumistas, de insatisfeitos, de instantâneos; desde comida até relacionamentos. E, estendendo o assunto um pouco, até drogas. Quando questionados sobre a razão pela qual os adolescentes usam drogas, respondemos que é uma 'forma de escape'. Isso reflete 100% os ideais a que somos apresentados hoje. É uma forma de escape? Sim, enquanto dura o efeito da droga é uma forma de escape. É muito mais fácil se drogar todos os dias do que frequentar uma psicóloga e ter que encarar seus problemas, porque isso leva tempo e esforço por parte de quem tem o problema.

E quando/se eu tiver uma filha, vou pensar muito bem antes de surpreendê-la com uma Barbie.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

perdas

Nesse ano foi tudo muito drástico e intenso. Do nada começo a ter duas provas por semana, começo a ter que realmente estudar, a ter mols de quilos de matéria por dia... a quantidade de coisas que eu aprendi esse ano é absurda, tudo é absurdo, o ano passou tão rápido, eu tenho mais um ano e meio pra decidir o que eu vou ser da minha vida, me explica, como lidar?

Mas o problema não é isso.

Depois do segundo ou terceiro mês, você se adapta à rotina de ter que estudar um pouco mais, duas provas toda semana, mols de quilos de matéria por dia e assim por diante. O triste, triste de verdade, é ver pessoas de quem você gostava, quem você apreciava, mudar para algo totalmente nada a ver. É triste se distanciar de gente com quem você conviveu a vida inteira. É triste saber que enquanto algumas pessoas mudam para melhor e amadurecem, algumas decidem que não querem isso. É pesado estar numa escola em que seus antigos amigos estudam e você olhar para eles e dizer, "eu não tenho mais nada a ver com isso". As pessoas mudam tanto.
Me lembro que nessa mesma época ano passado eu estaria escrevendo sobre como tenho uma segunda família, sobre como nós nunca nos separaríamos, sobre como nossa amizade é pra sempre. E lembrar disso é tão frustrante, e eu me sinto tão impotente!
Era tudo tão fácil... tínhamos uma cumplicidade, só de olhar nos olhos de alguns dos meus antigos amigos nós já começávamos a rir, e hoje somos como estranhos... eu acho que tenho essa tendência de afastar pessoas, acho que tenho essa tendência a mudar rápido de mais e não dar tempo para os outros me acompanharem.
Sempre ouvi falar que sou muito séria, muito mãe, muito preocupada e coisas assim, mas o que eu posso fazer? Eu sou assim, nem sempre fui assim, mas acho que quando se faz 15 anos é hora de olhar para o futuro de daqui 3 anos, e não para a festa do próximo fim de semana, certo?
Mas, de qualquer forma, nesse aspecto eu sou triste, sou inconsolável, eu queria que tudo tivesse ficado do jeito que era. Eu mudei, mas várias pessoas também mudaram do avesso, fizeram outros amigos que não têm nada em comum comigo, e eu?, que sou uma pessoa muito bem aceita e que se encaixa em qualquer grupo social, fiquei aí, perdida. Tentei explicar esse fenômeno de ruptura de relacionamentos de muitas formas. Eu comecei a namorar, amadureci muito em pouco tempo, e da mesma forma que eu mudei, as pessoas mudam, da sua forma, também... Se eu sei bem quem eu sou e não gosto de ficar indo na onda de grupos específicos, também há gente que não é tão certo assim de sua personalidade e não vê problemas em mudar de estilo, comportamento ou atitudes. E não digo isso de forma pejorativa, pois somos adolescentes, a nossa maior crise existencial é com relação à nossa personalidade. (Bom, pelo menos, os 1O% da população adolescente que reflete um pouco mais a respeito de si próprio passa por essa crise em algum momento)

Bom, o que eu quero dizer, no final das contas, é que eu sinto falta de tudo. De ter uma turma grande, de ser cúmplice de alguém, sinto falta de sair com vocês. :/

(Acrescentando, sou eternamente grata por ter conhecido pessoas tão legais também, esse ano... acho que eu teria ficado deprimida sem vocês <3)

domingo, 21 de novembro de 2010

eu, mimada?

Eu sou uma garota mimada que quer criticar o que os outros fazem?
Eu critiquei em algum momento quem saiu para protestar?

O que me irrita não são comentários de pessoas que não tem a integridade de mostrar a cara. O que me irrita são comentários de pessoas que simplesmente não têm habilidade nenhuma de interpretação de texto; não se dignam a ler outras postagens do meu blog para saberem do que estão falando... pedem para eu me informar, mas não se dispõem a fazer alguma coisa quando é para falar do que EU faço.
Eu já disse MUITAS E MUITAS E MUITAS VEZES que eu não acho que eu tenho capacidade de fazer alguma coisa prática para defender os MEUS ideais, e que o máximo que eu tenho a possibilidade de fazer é segurar a minha lâmpada e tentar iluminar quem estiver ao meu redor. Eu tenho 15 anos, não tenho meu próprio dinheiro, não sou formada em jornalismo, não trabalho com mídia e principalmente, não existem muitas pessoas por aí que pensam como eu e que iriam comigo a uma passeata contra a preguiça ideológica dos adolescentes de hoje.
Se sua mente é pequena o suficiente para achar que somente idéias não movem ou mudam as pessoas, acho que você devia se informar um pouco. Já ouviu falar de Nelson Mandela? Então. Ele passou vinte anos na prisão e de lá de dentro conseguiu mudar o mundo. Ele não fez passeatas de lá de dentro, ou fez, que eu não tô sabendo?
Cada um contribui para a melhoria do mundo da sua forma. Artistas pintam, atores atuam, escritores escrevem. Atos para a mudança do mundo não estão só em ações PRÁTICAS, como PASSEATAS, mas em atos pequenos, como o jeito como você conduz sua vida. Isso sim mostra quem é a pessoa e o que ela pensa. E há quem goste de sair às ruas e protestar, o que TAMBÉM é uma forma digna. Isso NÃO SIGNIFICA que quem não faz música ou sai às ruas é desengajado ou MIMADO.
Ficou claro?
E se depois desse texto ainda acharem que eu sou mimada, aí, bom, não sei, acho que a forma mais digna de protestar contra isso seria mostrar tua cara. =)

sábado, 20 de novembro de 2010

13984713948ª resposta ao anônimo

"Primeiro que o ENEM não é só para as 1ª fases, para algumas faculdades como a UFSCAR ele é 100% utilizado, ta na hora de se informar um pouco se vc gosta tanto de criticar td. Segundo, que VC NUNCA FEZ UM NADA e quer MESMO criticar as pessoas que fazem? Independente de seus motivos, se as pessoas se sentem prejudicadas elas tem mesmo é que reclamar ... vc não faz idéia de como é prestar um vestibular ou enem e quer ficar criticando os milhões de estudades que estão passando por isso? Reclamar para a anulação do enem é a maneira mais rápida de resolver o problema esse ano e para os próximos tb, enquanto a educação não melhora no país, quando VC passar por isso, se for passar, talvez entenda um pouco melhor. Enquanto isso não fale sobre o que não sabe."

Eu em algum momento falei mal de quem saiu para se manifestar? Eu disse o contrário. Disse que acho muito legal quem sai para se manifestar, independentemente do motivo. Acho muito bom que quem se sentiu prejudicado foi participar das passeatas, e eu disse que acho que as manifestações podem ter algum efeito nos anos seguintes. O meu post, caso o senhor anônimo não tenha entendido, foi direcionado ao fato de que eu não concordo que essas manifestações são a volta do movimento estudantil.
Ficou claro?
=)

E a partir de agora vou bloquear os comentários anônimos. Se quiser criticar meus textos, tenha o mínimo de respeito comigo e quando for me xingar, mostre sua cara.
E se você, anônimo que me escreveu, estiver passando por vestibulares, acho bom melhorar a sua interpretação de textos.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

a volta do movimento estudantil?

Tenho lido em muitos lugares e ouvido de muitas bocas que os recentes protestos contra o ENEM são "a volta do movimento estudantil". Ouvi também falar que os protestos eram para defender nossos direitos como estudantes. E não concordo com isso.

Primeiramente, concordo 100% com o fato de que as pessoas se manifestaram, adoro a idéia e o fato de que ainda há pessoas que são engajadas e que saem para protestar quando se encontram numa situação injusta - muito melhor tomar uma atitude do que só reclamar. A idéia dos protestos é ótima. Realmente o governo precisa dar mais atenção à área da educação; se o ENEM é a primeira fase de universidades federais (por sinal, muito boas) então devia ser bem feito.

Nós, como estudantes, temos certos direitos, como acesso a escola; igualdade e liberdade de aprendizado; temos inclusive direito à garantia de padrão de qualidade e ao ensino de qualidade gratuito. Mas em que lugar na Constituição foi dito que temos direito a, por exemplo, uma anulação de uma prova mal elaborada? Ao meu ver, fazer um protesto visando a melhoria da educação em escolas públicas é mais palpável do que um contra uma prova malfeita. O protesto só foi feito porque, por ter se tornado a primeira fase de universidades federais, atingiu as classes mais altas da sociedade. (Leiam a Constituição, Capítulo terceiro, seção primeira, da Educação.)

Os "movimentos estudantis" mais famosos, no Brasil, foram a luta "O Petróleo é Nosso", os contra o ingresso do Brasil na 2ªGM, os da época da ditadura, os movimentos das Diretas-Já e os a favor do impeachment de Collor. Ou seja, todos os movimentos tinham engajamento e fundo político-econômico. Deve-se mesmo comparar movimentos a favor de eleições diretas com protestos contra uma prova de qualidade duvidosa?

Se é para protestar com base na prova do ENEM, então que protestem contra a falta de atenção do governo para as questões educacionais, e isso não envolve só a prova de primeira fase para o ingresso numa universidade federal. A questão educacional é muito maior. Os "direitos do estudante" vão além de uma prova.

Se eu acho que a série de protestos que aconteceram nas cidades brasileiras vai alterar alguma coisa? Depende. Se o futuro governo Dilma decidir ser popular, então ela deverá dar atenção a movimentos populares. E mesmo que nesse ano não tomem providência nenhuma; me dou ao luxo de acreditar que ano que vem a prova estará melhor.

A prova. Já o resto...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

livros, escapatórias

Estava lá sentada num canto, numa livraria qualquer, lendo um livro qualquer para ajudar a passar o tempo. Não estava realmente prestando atenção em qualquer coisa, pois ao mesmo tempo que seus olhos percorriam com velocidade as linhas do texto, sua visão periférica estava atenta a qualquer pessoa diferente que passasse por lá. Gostava de observar os indivíduos, suas atitudes e imaginar uma história para cada um.
Ela sentia-se extremamente bem no meio de pessoas desconhecidas, principalmente em livrarias. E enquanto estava sentada, gostava de olhar para cima, para aquelas prateleiras imensas de livros, e sentir-se pequena entre tantas palavras de tantos autores diferentes. Sempre colocava-se no lugar de Bela, quando esta entra na biblioteca de Fera e vê aquela quantidade de livros, todos esperando por um leitor.
A verdade é que, enquanto alguém não a lê, a história não existe. Ela passa a existir, cada vez mais, a cada página virada pelo leitor. Ganha vida quando esse leitor reflete sobre o que foi contado, sobre a mensagem, sobre a moral da história. Ganha mais vida quando esse alguém recomenda-a para outro alguém. Mas a partir do momento que o ciclo é quebrado, a história fica dentro do livro, adormecida, inativa, inútil.
E era por isso que, sempre que podia, ela escolhia o livro mais abandonado e o dava vida. Sentava-se, ajeitava sua mochila para que esta servisse de almofada e tentava conter os protestos do estômago, enganando a fome com um capuccino.
A história lida confundia-se com a história vivida; e ela começava a enxergar as personagens e situações acontecendo ali, bem em frente à ela. E quando o livro era fechado e ela voltava ao nosso universo, tudo parecia tão sem graça e sem sentido, as pessoas não pareciam mais tão interessantes. Não as pessoas reais, medíocres, com suas vidas reais e histórias reais. Então sua mente voltava ao ciclo de criação de vidas mais interessantes àquelas pessoas. Escrevia, lia, relia, reescrevia, até que aquelas vidas parecessem boas. Era sua forma de contribuir para um mundo melhor, pois ela sabia que existiam pessoas como ela que almejavam por uma vida menos medíocre. Quanto mais livros, mais escapatórias, mais decepção e mais desejos.
E esse ciclo continuaria sempre que houvessem livros para serem lidos e vidas para serem melhoradas.

E, podem escrever, a tendência é de a necessidade por uma escapatória desse mundo aumentar cada vez mais...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

happy ending, part 2 - final

Annie apertou os olhos e mordeu o lábio, quase fazendo-o sangrar, de raiva. Detestava sentir que não estava mais no comando. Detestava sentir principalmente que não comandava mais a situação com Tiago. Disse a coisa mais cínica que veio-lhe à cabeça.
- É. Parabéns. Você devia fazer psicologia!
- Annie. - Tiago as mãos na cabeça, em sinal de rendição. - Vamos parar com isso, certo?
Ela olhava para ele, encorajando-o a continuar. Ele olhou para cima, fechou os olhos, e tentou esquecer seu medo de ser ridicularizado, não correspondido ou desprezado. Andou até Annie e colocou suas mãos no rosto dela.
- Certo, vou te dizer o que eu estou pensando. Primeiro, não sei de onde você tirou que eu gostava da sua irmã de um jeito diferente. Segundo, não sei de onde você tirou que você gostava do meu irmão. E, terceiro... - Ele suspirou, como se juntando forças para continuar - não sei por que apaixonar-se por mim parece-te uma ideia tão absurda e... ruim. Porque, sabe... tudo seria tão mais simples, quero dizer, se você gostasse de mim, e... recíproco...
Ele tirou suas mãos do rosto dela e esperou por uma reação. A cada palavra dita por Tiago, Annie torcia mais forte a barra de seu casaco. E quando Tiago terminou seu discurso, a primeira coisa que fez foi separar as mãos dela do casaco. Os dois ficaram lá, de mãos dadas, encarando-se, pensando qual seria a próxima coisa a ser feita.
Tiago, observando a reação, ou falta de ação de Annie, decidiu soltá-la.
- Certo. Se isso é o que você quer, então eu não toco mais no assunto. - Tiago ameaçou voltar para a sala de televisão, mas ouviu a voz fraca de Annie.
- Calma, espera, Ti... - Annie quase nunca chamava Tiago pelo apelido. - Eu... é que...
Tiago encarava-a com uma expressão de riso. Ele sabia que ceder, admitir e perder coisas nunca fora o forte dela. Annie encarou-o com um olhar suplicante, que dizia "eu tenho mesmo de passar por isso?", e Tiago lançava-lhe um que podia ser interpretado como "sim, você tem".
- É que, Ti, eu não queria gostar de você.
- Ótimo começo.
- Cala a boca, você sabe que isso é difícil pra mim. Por que faz isso comigo? Que idiota, você sempre faz isso e...
- Continua, Annie, não muda de assunto.
Annie apertou os olhos. Ficou parada um instante, olhando pra cara de zombador de Tiago. Olhou para baixo, respirou fundo, depois deu dois passos à frente, alcançando Tiago, então aproximou-se dele suavemente, e, por fim, beijou-o.
Tiago, surpreendido, demorou a perceber que aqueles lábios macios colados aos dele eram de Annie. E demorou a perceber que aquele sonho de beijá-la, que ele tinha desde a sétima ou oitava série, finalmente estava se realizando. Ele então tocou o rosto de Annie, com delicadeza, quando se separaram, e pôde ver o brilho nos olhos dela. E ela pôde ver o quão corado ele estava. E no rosto de ambos estava estampado um semblante óbvio de que eram, sem dúvidas, apaixonados um pelo outro. De certa forma, sempre foram.
- Ti... é que, eu...
- Eu sei. Eu também.

xx Fim! :D

happy ending part 1

Annie chegou à frente da porta de Tiago e lá ficou, sem coragem pra mover o braço e tocar a campainha., torcendo a barra de seu casaco. Ironicamente, Tiago estava parado do outro lado da porta, sem coragem para sair. Ao mesmo tempo que ela toca a campainha, ele abre a porta. Encararam-se com um sorriso tolo durante algum tempo que pode ter sido de alguns segundos a vários minutos. Annie abriu a boca para falar alguma coisa, mas nada saiu além de um suspiro. Mas enfim tomou coragem.
- É, então, eu vim aqui pra...
- É... tô vendo. Então...
- É.
- Ahn... então as coisas não deram certo com meu irmão? - Tiago disse rispidamente, como se estivesse com algo azedo na boca. - Eu te disse que ele não prestava.
- Na verdade, ele é um cara legal. - Annie pensou em dizer isso, mas tudo o que saiu foi: - É, né...
- Hã, quer entrar?
- Ah, claro. - Annie disse,
torcendo a barra de seu casaco.
O clima estava péssimo. Estava óbvio que os dois tinham certos assuntos para resolver, mas nenhum dos dois tomava iniciativa. Tiago porque era tímido e não sabia dos sentimentos de Annie, e esta porque não queria ser impulsiva e não sabia dos sentimentos de Tiago. Entraram, sentaram-se nos grandes pufes na sala de televisão e ficaram encarando os próprios pés. E Annie torcendo a barra de seu casaco.
- Sabe - Tiago começou -,pra falar a verdade, eu não gosto da sua irmã.
Annie sentiu-se aliviada. Então ela não precisaria começar o assunto. Isso não precisava ser tão difícil.
- Ah, é? Então você não está apaixonado por ninguém no momento? E mentiu pra mim?
Tiago encarou Annie com raiva. Ele sabia o que ela estava fazendo. E não gostou disso.
- Eu não falei que gostava da sua irmã. Eu fiquei quieto. E eu não menti, eu gosto de alguém, sim.
- Então por que não me revela a identidade dessa sua amada?
- Por que você não me revela a identidade do SEU amado?
- Acho que você não se importa, porque está ocupado demais tentando esconder as coisas de mim!
- Ótimo, então, se é isso que você pensa!
- Ótimo!
Annie se levantou, torcendo a barra de seu casaco freneticamente, e começou a andar em passos largos até a porta. Mas parou antes de sair.
- Sabe, não sei por que eu me dei ao trabalho de vir até aqui. Foi uma total perda de tempo.
- Mas você veio. - Tiago olhou para Annie de forma intensa. - E você, por algum motivo, teve a necessidade de parar antes de sair e me dizer isso. Você quer que eu saiba que era importante para você vir aqui.

(continua)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

annie's love sick

Saí bufando da casa de Tiago e fui pra minha. Fui direto ao meu quarto e, como sempre, me joguei na cama, de barriga para cima, encarando o meu teto estrelado. Meu cabelo estava molhado, mas pelo menos trouxera um cheiro de chuva agradável pra dentro do quarto. O que exatamente aconteceu?

Marcelo não fizera nada. Tiago sempre me falou que ele era um vagabundo e coisas do tipo, mas ele não agiu dessa forma comigo. Na verdade, o que aconteceu foi que ele me disse que não se permitia gostar de mim daquele jeito. Eu saí andando, mas ele me parou no meio da rua. Comecei a gritar e gesticular, perguntando o porquê de todos os sinais que me foram enviados, o porquê da relutância, o porquê de tudo, mas ele continuava de braços cruzados, e vez ou outra olhava para a janela do quarto de Tiago, ou falava "não posso fazer isso". Então desisti.

Eu não sei mais o que estou sentindo. Confusão demais pra uma tarde só, nossa. No começo da tarde, achava que estava arranjando Tiago para minha irmã. Depois, pensei que eu quisesse Marcelo. Agora, não sei se quero que Tiago fique com minha irmã... ah.
E sempre, sempre quando eu mais precisava, e, claro, sempre muito convenientemente começava a tocar NeverShoutNever! no meu celular.

"Dear, I wrote you a song despite the fact, you did me wrong. And dear, I don't know what the hell is going out with you, but something ain't right..."

Era Tiago me ligando. Eu mesma coloquei essa música de toque. Ele é quem me mandou essa música, uns meses atrás, e eu até pensei que pudesse significar alguma coisa, mas não dei muita atenção. Meus sentimentos por Tiago são muito, muito instáveis. Eu não sei se o que eu sinto é um carinho muito grande ou se é amor. O fato é que meus namoros nunca duram mais de dois ou três meses, porque eu sempre me pego pensando, "será que o Tiago faria isso?". Nunca me imaginei ficando com ninguém além de Tiago, mas sempre atribuí isso ao fato de que crescemos juntos e eu realmente não consigo imaginá-lo fora de minha vida.

"...you tell me that you love, then you go and leave me, why do you do this to me? Baby, I'm lovesick..."

Meus sentimentos são confusos, mas também não é como se o Tiago já tivesse me dado claras insinuações de sentimentos mais profundos por mim. Eu teria captado. Ou não? Ou será que eu não captei nada? Tiago nunca teve muitas amigas, todas as minhas tentativas de apresentar alguém a ele foram falhas, e além de mim, ele conversa com minha irmã, a mãe dele e a professora de violão (cujo sexo na verdade é meio duvidoso)... Ele poderia gostar de mim. Isso explicaria os "não posso" de Marcelo e os olhares de relance pra janela do quarto de Tiago.
Uns meses atrás eu me peguei apaixonada por ele de fato, mas desencanei porque todas as minhas investidas falhavam de alguma forma. Não sei, é muito chato isso! Eu não sei o que fazer, se devo dar o primeiro passo, se espero, se escrevo na minha testa "me beije" ou alguma coisa do tipo...

"...I just can't sleep, just can't eat, can't do much of anything at all 'cause I'm sick and in love with you, dear."

Ao ouvir esse trecho da música, resolvi me olhar. Que deprimente. Jogada na cama ao som de um toque de celular, cabelo molhado ensopando o travesseiro, maquiagem borrada, olhando para o teto curtindo minha depressão.
Isso não tem absolutamente nada a ver comigo. Por mais confusa, frustrada, brava e ainda assim, feliz por ter percebido o que eu realmente sinto, decidi sair dali e ter uma conversa esclarecedora com Tiago. Não sei de onde eu tirei coragem e força suficiente para me levantar, mas o fiz. E andei a passos lentos, embaixo de chuva, até a porta dele.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

she's got style

"If it's not those cowboy boots in the summer, oh, my God, I pray for another chance to drive down back highways until I stumble upon your beautiful face. Your presence isn't what kills me; it's that artistic gleam that's taking over my scenery, dream by dream..."

Ao ouvir a conhecida música tocando no meu celular, esbocei um sorriso. Estava começando a chover. Aliás, começara a chover logo que pisamos dentro daqui de casa, pois minha vizinha, Annie, havia resolvido que queria meu irmão alguns minutos antes, na sorveteria. Então subi aqui pro meu quarto com alguma desculpa idiota.
A música me fazia lembrar bastante da Annie. Ela havia selecionado a música como meu toque de celular para quando ela estivesse ligando. Tão conveniente.

"...You might think I'm incapable of loving a soul like yours. You might think I'm a fool for you..."

Isso era surpreendentemente verídico. Annie chegou mesmo a suspeitar de que eu estava apaixonado por ela, mas despistei, dizendo que estava apaixonado pela irmã dela. Eu não queria ser um obstáculo no caminho da Annie, pois achava que ela sentia alguma coisa pelo meu irmão mais velho. Sempre achei que eu nunca seria suficiente.

"...'cause girl, you got style, and that's what I love about you. the way that you sit back, oh, how you sit back, and watch this grow..."

É, Annie sempre foi muito diferente das outras. Nunca fui de ter muitas amigas, mas ela era visivelmente melhor que qualquer uma. Não ligava para o que os outros iriam pensar dela, andava por aí olhando para tudo e todos com aquele olhar enigmático que só ela sabia fazer, às vezes dava um meio sorriso. A verdade é que ela dava a impressão de sempre estar ciente de tudo.

"...you got dreams, and therefore I believe in you. All the small town people with their big remarks ain't got jack to say about my movie star, she's got style..."

Isso também. A cidade em que morávamos não era tão pequena, mas Annie era de vanguarda. Nunca se contentou com as opções daqui. Depois de fazer 16 anos, resolveu viajar pelo estado inteiro, e me arrastou junto em todas as viagens. Isso mexeu bastante com a imagem dela, as pessoas a viam como "moderninha" e essas idiotices de gente que mora em cidade pequena, mas eu sempre a admirei bastante. Ela tem estilo.
A música continuava tocando e eu me perguntava por que ela me ligava, se estava no andar de baixo da minha casa. Eu não ia atender. Privei-me de ouvi-la falar sobre o quão demais e maravilhoso meu irmão, galinha e estúpido, é. Esse relato inteiro é incrivelmente clichê e previsível, e pra fechar com chave de ouro: o Marcelo não merece a Annie. E meu celular havia parado de tocar.
Ouvi um barulho estranho vindo lá de fora. Olhei para baixo. Era Annie, e ela aparentemente estava discutindo com meu irmão. Ela gritava e gesticulava, enquanto ele ficava na defensiva, de braços cruzados, e feições irredutíveis. O que aconteceu?

domingo, 24 de outubro de 2010

- pelo ponto de vista de tiago -

- Então você pode contar qualquer coisa pra mim, e eu pra você? - Annie disse, parecendo um pouco nervosa.
Estávamos sentados, Annie e eu, numa sorveteria em frente à casa dela - que era ao lado da minha -, ainda de mochila nas costas, pois tínhamos acabado de chegar da escola. Ela faz o estilo "dezessete anos e fugiu de casa", e eu finjo que também sou assim, meio que "odeio ficar em casa, me sinto preso, sou rebelde". Ela gosta.
Eu não sabia muito bem o que responder. Eu não sabia aonde ela queria chegar, e dependendo da minha resposta, ela podia interpretar as coisas de uma forma errada. Darei uma resposta vaga, então, assim ela pensa o que quiser.
- Sim, claro. Você sabe que eu te considero demais... - foi a minha resposta. Não sei se foi impressão, mas eu poderia jurar que ela pareceu meio tensa ao ouvir minhas palavras. Eu disse algo errado?
- Certo. - ela respondeu. Não sei se estava tão certo assim. Ela parecia nervosa comigo. Aliás, eu não sei, ela parecia nervosa, mas ao mesmo tempo estava totalmente corada; estava com os punhos cerrados, e ao mesmo tempo, balançando a perna de nervosismo. - Em quem você está pensando? Em alguém que você odeia, certo?, julgando pelos seus punhos cerrados e seu anel do humor. Preto.
Adoro observar o efeito que minhas frases têm sobre ela. Ela parece realmente afetada pelo que eu digo, de vez em quando. O que é estranho, pois Annie sempre se comportou de forma tão... descolada. Não sei. Gosto de balançar com sua cabeça.
- Só fica preto quando estou com você, trouxa. - Ela respondeu. Eu sabia que era verdade, ela sempre faz questão de me mostrar seu anel do humor quando estou com ela. - Acho que eu te odeio, então.
Não gostei de ouvir isso. Ela sempre dá um jeito de sair por cima. Que irritante!
Então, como vingança, fiz uma cara de "cachorro abandonado", como Annie gosta de chamar, que eu sabia que ia mexer com ela. Sou bom ator, então forcei algumas lágrimas, e pronto. Pude ver a raiva se esvaindo dos olhos dela. Então lancei a bomba.
- Mas eu acabei de dizer que te considero tanto... - Disse, olhando para meus pés. Típico coitado.
Mas depois de a raiva ter se esvaído, foi como se ela tivesse voltado com mais força ainda. Parecia que a Annie estava se controlando para não me dar um soco. Foi frustrante. Plano fracassado.
- Você sabe que pode me contar o que tá acontecendo, né? - Disse. Foi minha última tentativa de absolvição. Joguei essa frase acompanhada do meu sorriso mais sincero.
- Nada - Annie respondeu. - É que eu estava só mentalmente constatando que eu nunca soube por quem você está apaixonado.
Ah, agora já era. O que eu respondo? Tenho que dar um jeito de deixá-la com a ilusão de controle da situação.
- Ah - eu disse, fingindo-me de surpreso. - Achei que você soubesse.
Isso não era completamente falso. Eu realmente sempre achei que ela soubesse por quem eu sou e sempre fui apaixonado. Olhei para a casa dela. Quantas vezes eu já não fui lá, fiquei conversando com a irmã mais nova, só para fazer a Annie perceber o quão bom partido eu sou, comi o brigadeiro que ela faz, ajudo com a lição de casa, saio para passear com os cachorros, faço de tudo. E não faço isso por mais ninguém.
Mas então ela interpretou meu olhar de forma errada.
- Eu sabia! - ela levantou, apontando pra mim, e depois para a casa dela, e depois pra mim. - VOCÊ GOSTA DELA! Eu achava que você ia lá em casa porque gostava de mim e do meu brigadeiro, MAS ERA SÓ PRA FICAR PERTO DELA! - Ela apontava para sua irmã mais nova. Abaixei a cabeça. Que ótimo. Bom, é isso o que ela quer enxergar. Então eu percebi. Ela olhava para meu irmão. Que droga. Ela gosta dele, claro que gosta dele. E ele gosta dela, também. Por mais que eu ache que ele não presta, não posso controlar com quem ela deve ficar ou não.
- Vai lá. - eu disse. - Antes que ele pense alguma coisa sobre... hum, nós.
Ela me lançou um olhar que podia ser interpretado como um típico "valeu, cara". Eu sei que todas as garotas preferem meu irmão. Ele faz o tipo bonitão, pegador, estudioso da faculdade. Como competir?
- Fico feliz que nós não somos mais um daqueles casais adolescentes que aparecem em clipes de cantoras loiras que cantam Pop - disse, tentando parecer indiferente.

Tocava a música "She's Got Style" na sorveteria. Segurei a lágrima que teimava em escorrer pelo meu rosto.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

mais um (a)típico conto adolescente,

(não sei de onde eu tirei coragem pra escrever e postar esse conto besta)

- Então você pode contar qualquer coisa pra mim, e eu pra você? - Eu disse, temendo pela resposta.
Estávamos sentados, Tiago e eu, numa sorveteria em frente à minha casa - que era ao lado da dele -, ainda de mochila nas costas, pois tínhamos acabado de chegar da escola. Nós dois fazemos o estilo "dezessete anos e fugiu de casa", pois ambos odiamos passar muito tempo em nossas respectivas.
- Sim, claro. Você sabe que eu te considero demais... - ele respondeu. Foi difícil não desmanchar meu sorriso. Aquela adrenalina, que percorreu o meu corpo durante os segundos relutantes entre a pergunta e a resposta, agora era uma onda fria de decepção. Não era nem frustração.
- Certo. - Respondi. De certa forma, seria estranho se não pudéssemos contar um com o outro, ele é meu vizinho desde que eu me entendo por gente, temos tanta coisa em comum.
- Em quem você está pensando? - Ele disparou, para minha surpresa. Devia ter percebido que eu estava corada. Nunca fui muito boa em esconder emoções, ainda mais dele. - Em alguém que você odeia, certo?, julgando pelos seus punhos cerrados e seu anel do humor. Preto.
- Só fica preto quando estou com você, trouxa. - Eu disse. E era verdade. - Acho que eu te odeio, então.
Então ele fez A cara. A cara matadora, que sempre conseguia o que queria. Eu não poderia resistir. Sem chance. Seus olhos castanhos ficavam ainda mais realçados com as lágrimas forçadas. A típica cara-de-cachorro-abandonado. Tão doce.
- Mas eu acabei de dizer que te considero tanto...
Me deu uma vontade tremenda de virar os olhos e esmurrar o nariz dele. Era justamente por isso que eu estava nervosa. Idiota. Talvez eu realmente o odiasse.
- Você sabe que pode me contar o que tá acontecendo, né? - Ele disse, e me lançou aquele sorriso que era só dele.
Acho que a maior realização de uma garota seria conseguir fazê-lo sorrir daquele jeito para ela, por ela.
- Nada - respondi. - É que eu estava só mentalmente constatando que eu nunca soube por quem você está apaixonado.
Eu não sei por que pergunto essas coisas! Maldita impulsividade. Não era a hora certa, ainda.
- Ah - ele aparentemente foi pego de surpresa. Acho que isso é bom. - Achei que você soubesse.
Opa. Isso eu não sei como interpretar. Pelo jeito é alguém óbvio. Ele é tímido, então deve ser alguém que ele conhece faz tempo.
Então eu o olhei. Olhei de verdade. E vi para onde ele estava olhando.
Pra minha casa. O olhar dele estava mirado na minha irmã mais nova. Um ano mais nova, só.
- Eu sabia! - Eu levantei, apontando pra ele, e depois pra minha casa, e depois pra ele. - VOCÊ GOSTA DELA! Eu achava que você ia lá em casa porque gostava de mim e do meu brigadeiro, MAS ERA SÓ PRA FICAR PERTO DELA!
Ele corou e abaixou a cabeça. Suspirei de alívio. Meu plano cupido havia funcionado. Eu temia que ele gostasse de mim, mas, afinal, eu sou só a melhor amiga. Então me peguei olhando pro quintal da casa dele. Pro irmão dele, que nos encarava com um olhar distante... Na verdade, quando nossos olhares se cruzaram, ele pareceu confuso e até um pouco triste. Senti a repentina vontade de sair correndo e abraçá-lo.
- Vai lá. - Tiago disse. - Antes que ele pense alguma coisa sobre... hum, nós.
Lancei-lhe um olhar cúmplice. Quero dizer, Tiago é uma graça, mas nem se compara ao seu irmão, Marcelo, que faz faculdade há dois anos, já.
- Fico feliz que nós não somos mais um daqueles casais adolescentes que aparecem em clipes de cantoras loiras que cantam Pop - Tiago disse. Sim, analisando bem, seríamos o típico casal de melhores amigos que demoram pra assumir que gostam um do outro.

Totalmente chato.

Porque, cá entre nós, o Marcelo...

domingo, 17 de outubro de 2010

estereótipos

Cansei de pré-julgamentos, pré-conceitos, estereótipos, cansei disso tudo.
Primeiro porque eu nunca consegui me encaixar (completamente) em nenhum dos estereótipos que eu conheço (e por mais que eu ODEIE estereótipos, eu me sentiria um pouco melhor sabendo que eu me encaixo em algum lugar, pois afinal, sou adolescente e estúpida), e segundo porque, toda vez que dizem que eu pareço me encaixar mais ou menos em um grupo ou outro, sempre tem algo de muito errado comigo que impede que esse grupo seja 100% certo pra mim.
Explico.
O estereótipo que eu conheço para intelectuais são aqueles que gostam de: branco e preto, café e romances russos densos e músicas que ninguém conhece; são anti-sociais, anti-tudo, cínicos, sarcásticos e tratam mal as pessoas; são ateus; fumam. E são cercados de pequenos fãs que idolatram todo o cinismo, a grosseria e a exclusão social. Acham tudo isso muito lindo. Isso é que é ser intelectual hoje e...
Não, pera aí... não.
Quem disse que pra ser intelectual ou ligado no que acontece, precisa ser ateu, anti-social e só ler/ouvir coisas que ninguém conhece? Qual o problema em ser um indivíduo sociável, que tem amigos, que vez ou outra assiste a um blockbuster ou lê um best-seller? Eu falo mal SIM de muitos deles, mas eu não falo nada sem ter antes visto ou lido. Outra, socializar-se não é a mesma coisa que corromper-se. Quem torna-se anti-social, na minha opinião, é inseguro dos próprios valores e/ou tem medo de mudar de ideia por ser influenciado por quem está ao redor.
Quando você é cínico e rude com outra pessoa, por que isso te torna melhor? Por que o ato de saber ser grosso com outras pessoas e 'dar foras' é considerado uma habilidade? Não é muito melhor saber fazer um elogio? Acho que quando você não tem nada de bom para dizer é melhor não dizer nada; se for criticar, faça uma crítica construtiva. Destruir o caráter de uma pessoa sem motivo é tão triste e baixo. As pessoas apreciam quando são elogiadas e incentivadas. E algumas pessoas realmente têm gosto por conversar com os tidos por 'intelectuais' só pra se sentirem piores que os mesmos. E isso é normal e...
Não, pera aí... não. Isso é doentio e masoquista.
Mas o que mais me irrita é o fato de que todo intelectual precisa ser ateu. Que raio de pessoa disse que acreditar em qualquer Deus que seja é burrice ou ignorância? Só porque eu acredito em Deus não significa que eu concordo com tudo que a Bíblia diz, que eu acredito cegamente em 'milagres', que eu duvido da ciência. Muitas pessoas criticam a Bíblia e Deus sem conhecer, e usam desculpas do tipo 'se Deus existe, então por que ele permite tanta violência no mundo?'. Eu poderia escrever uma dissertação sobre o assunto, mas vou me limitar a dizer que isso é falta de conhecimento; e nem tudo que está escrito na Bíblia pode ser LITERALMENTE interpretado.
Acho que todo e qualquer tipo de estereótipo é errado, pessoas NÃO SÃO PRODUTOS para serem rotuladas, por mais ignorante ou fútil que uma pessoa pareça, eu acho que NUNCA ela pode ser chamada de APENAS um ou outro estilo ou estereótipo. Isso pode até prejudicar na formação dela como indivíduo, limitando-se a apenas uma opção de vida ou existência.

E eu tenho muitos amigos, já assisti aos três High School Musical e sou simpática com todos que vierem conversar comigo, obrigada.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

violência

Nove horas da noite. Carlos está quase chegando ao carro, onde sua mulher, Júlia, o aguarda, no banco de trás. Ele havia estacionado numa esquina escura. Vem chegando perto dele um jovem de gorro e calças largas. Carlos suava frio.
- Ô moço, dá licença...
- Tudo bem. Tudo bem, já entendi. É um assalto. Mas eu não tenho nada. Estou sem carteira. Quer conferir? Deixei dentro do carro. Só não quero que ninguém se machuque.
- Não moço, eu só queria...
- Entendi. Você quer a carteira. Vamos entrar no carro, então. Sem violência. Eu te dou o dinheiro que tenho na carteira.
- Mas...
- Pode entrar, meu filho. Eu não tenho arma nenhuma.
O jovem olha para o carro, confuso.
- O que foi, jovem? Quer conferir? Certo, vamos conferir. Olha, o porta-malas. Não tem nada além de compras. Quer alguma coisa? Comprei cervejas...
- Carlos, o que está acontecendo? - Júlia diz, desnorteada.
- Nada, meu bem, o jovem aqui é uma vítima da sociedade... - Carlos diz, balançando a cabeça e colocando sua mão no ombro do jovem. - Vamos pegar a carteira.
- Não, moço, não é isso, eu só queria...
- Quer o meu relógio, também? E as jóias dela? São todas falsas, apenas folheadas. Tome. Aqui. É todo o dinheiro que tenho. Pegue, meu filho, pegue o dinheiro e o meu relógio e vá comprar comida! - Carlos dizia e ia empurrando o jovem pela rua.
O jovem ficou encarando-o.
- Eu não vou chamar a polícia. Fique com meu celular também. Aqui. Pronto. Sem violência, certo?
O jovem observou o carro sair disparado, e olhou o relógio de Carlos.
- Eu só queria saber as horas.

No dia seguinte, Carlos e Júlia se gabavam de como lidaram bem com a situação, ficando com a maior parte do dinheiro (que estava na bolsa de Júlia), com as jóias (que eram verdadeiras) e que o relógio era apenas uma réplica. E de não terem usado violência.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

voto branco, voto nulo

"Não concordo. Acho que você deveria se informar um pouco melhor antes de discutir um tema tão batido como política. Falar "Quem votou no tiririca é burro" é fácil. Vamos lá: 1-Votos nulos e brancos são a mesma coisa, segundo o TSE, desde 2006 ou 2007, não sei ao certo. 2-Votos nulos NÃO ANULAM eleição. Votos ANULADOS, que ocorrem quando um candidato tem sua candidatura cassada, ou votos inválidados por alguma razão(por exemplo, o fato de ser analfabeto), anulam eleição. Você se contradiz. Diz que é a obrigação dos maiores de 18 votarem, mas, defende o voto nulo e mete o pau nos votos no Tiririca. Estranho. Penso que votar nulo é se ausentar das decisões políticas. Afinal, dentre 1170 candidatos a deputados federais, você não encontraria UM que tem propostas para você? Encontraria, caso pesquisasse e fosse interessada em política. No mais, pelo menos você não vota no Tiririca, e tem boas intenções com o texto. parabéns"

Pra começar: no meu texto NÃO ESTÁ especificado a minha insatisfação por não encontrar um candidato. No meu texto, eu não disse que não teriam candidatos a deputado federal para votar, dentre as opções. Afinal, as eleições foram também para governador, presidente, deputado estadual e senador. Basta ler o texto com atenção, usando um pouco das regras da interpretação de texto que as idéias se tornarão mais claras. :)
"Você se contradiz. Diz que é a obrigação dos maiores de 18 votarem, mas, defende o voto nulo": Isso não é uma contradição. Votar nulo também é votar, é um voto de protesto.
E agora, pra mostrar que o que eu falo tem alguma base. Eu faço pesquisas antes de escrever qualquer coisa.

"Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias."

Voto em branco x Voto Nulo. Esses links são do site de busca do TSE. :)