Aconteceu numa tarde de verão. Tardes de verão tem um quê de misticidade que eu nunca vou entender, nem ninguém. De certa forma, o verão inteiro é meio mágico. Sonhos de noites de verão são inesquecíveis, amores de verão são intensos como a própria temperatura do mesmo, acontecimentos no verão são coisas de que nos lembraremos para o resto do ano como lembranças de um tempo mágico em que não precisávamos nos preocupar com provas e escola.
Tenho essa mania de ter devaneios no meio das minhas narrações. Mas essa observação sobre o verão foi extremamente importante para entender a causa dos acontecimentos que aqui serão narrados. Tudo na nossa vida tem um motivo. Tudo na nossa vida tem uma explicação e aqui estou eu devaneando de novo.
Enfim. Estava eu sentado na frente de minha casa, que é bem agradável visualmente. Algumas flores, uma árvore bem antiga e dois bancos de madeira em que eu me encontrava sentado. Era em torno de sete e meia, e o sol começava a se recolher para descansar. Um dos caprichos do sol é ter um lençol de dormir com cores cujos tons eram gradativos até chegar ao azul, e segundo minha mãe, esse era o motivo de o pôr-do-sol ser sempre tão colorido e com cores cujos nuances nos surpreendiam a cada novo dia...
E eu me sentia insignificantemente insignificante perto de tudo aquilo. Mais um dia se passava. Eu aqui aproveitando calmamente da estabilidade da minha vida, da minha barriga cheia, do meu carro na garagem; enquanto outras pessoas um pouco mais ao norte no mundo agradeciam por estarem vivas e conscientes o suficiente para ver o pôr-do-sol. Eu me perguntava o que elas estariam fazendo agora, ou a forma como elas viam o sol. Eu e meus devaneios...
(continua)
Um comentário:
Mt bom o texto, lendo-o fiquei com vontade de saber a continuação. (:
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