domingo, 7 de fevereiro de 2010

crônica de uma tarde de verão

Aconteceu numa tarde de verão. Tardes de verão tem um quê de misticidade que eu nunca vou entender, nem ninguém. De certa forma, o verão inteiro é meio mágico. Sonhos de noites de verão são inesquecíveis, amores de verão são intensos como a própria temperatura do mesmo, acontecimentos no verão são coisas de que nos lembraremos para o resto do ano como lembranças de um tempo mágico em que não precisávamos nos preocupar com provas e escola.

Tenho essa mania de ter devaneios no meio das minhas narrações. Mas essa observação sobre o verão foi extremamente importante para entender a causa dos acontecimentos que aqui serão narrados. Tudo na nossa vida tem um motivo. Tudo na nossa vida tem uma explicação e aqui estou eu devaneando de novo.

Enfim. Estava eu sentado na frente de minha casa, que é bem agradável visualmente. Algumas flores, uma árvore bem antiga e dois bancos de madeira em que eu me encontrava sentado. Era em torno de sete e meia, e o sol começava a se recolher para descansar. Um dos caprichos do sol é ter um lençol de dormir com cores cujos tons eram gradativos até chegar ao azul, e segundo minha mãe, esse era o motivo de o pôr-do-sol ser sempre tão colorido e com cores cujos nuances nos surpreendiam a cada novo dia...

E eu me sentia insignificantemente insignificante perto de tudo aquilo. Mais um dia se passava. Eu aqui aproveitando calmamente da estabilidade da minha vida, da minha barriga cheia, do meu carro na garagem; enquanto outras pessoas um pouco mais ao norte no mundo agradeciam por estarem vivas e conscientes o suficiente para ver o pôr-do-sol. Eu me perguntava o que elas estariam fazendo agora, ou a forma como elas viam o sol. Eu e meus devaneios...

(continua)

Um comentário:

Buxexa disse...

Mt bom o texto, lendo-o fiquei com vontade de saber a continuação. (: