terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

crônica - parte 2

O pôr-do-sol pode significar muitas coisas diferentes. E cada pessoa pode observar o pôr-do-sol de várias maneiras diferentes também, dependendo da fase pela qual está passando na sua vida. Se sua vida estiver triste, a pessoa vai encarar o pôr-do-sol como azulado e detestar o fato de que dali algumas horas mais um dia se arrastaria diante de seus olhos e mãos. Se sua vida estiver feliz, a pessoa vai encarar o pôr-do-sol como amarelado e detestar o fato de que mais um dia se passou sem o total aproveitamento.

Para pessoas que tiveram sua vida por um fio... O pôr-do-sol é sinônimo de vida. A variedade de cores representa uma nova forma de olhar a vida, com seus tons escuros e claros, cores de que não gostamos e cores de que tivemos de aprender a gostar. Um dia se passou. Um novo dia virá. Mais esperançoso que o pôr-do-sol, só o nascer. Um novo início. Um nascimento, ao pé da letra.

Todas essas conclusões chegaram a mim depois de muitas tardes ociosas em que eu estava sem televisão. Me surpreendi muito com o fato de que alguma coisa além da televisão pode nos transmitir idéias e opiniões. De fato, quando paramos pra pensar, nosso cérebro vira uma espécie de televisão: relacionamos imagens com fatos com idéias com opiniões até chegar a uma conclusão. Enfim.

Eu me sentia especialmente insignificante naquela tarde por causa de acontecimentos que vinham me abalando há tempos. Segunda-feira: comecei a contar o número de mortes que um jornal de meia hora anunciava. Terça-feira: aquele homem que vive aqui em casa e que vai a todo lugar que eu vou disse que eu deveria repensar meus conceitos de tristeza e felicidade. Quarta-feira: aquela criança que também está sempre em todo lugar disse que eu não devia me preocupar tanto com o que pensam os ouros. Quinta-feira: decidi ir a uma psicóloga.

Um comentário:

vmbsf disse...

Se você queria fazer o leitor se sentir confuso, conseguiu. Como sei que você consegue se expressar de forma muito clara, espero a parte seguinte para entender essa dissociação ideoafetiva.