Good times for a change. See, the luck I've had can make a good man turn bad.
So please, please, please... let me, let me, let me, let me get what I want this time.
Haven't had a dream in a long time. See, the life I've had can make a good man bad.
So, for once in my life, let me get what I want.
Lord knows, it would be the first time.
Lord knows, it would be the first time.
Sim, por favor, me deixe conseguir o que eu quero dessa vez.
É que eu cresci com a idéia na cabeça de que eu ia morar numa casa tão grande, e todo dia ia acordar e me pentear sentada numa penteadeira linda, branca, com detalhes dourados, feito uma de princesa, sabe?, e não aconteceu bem assim. Eu queria uma pantera preta, e hoje tenho um cachorro pequeno. Eu queria um quarto grande pintado inteirinho de verde limão e prata, mas a cor das paredes é bege. Eu queria um laço vermelho pra amarrar no meu cabelo, mas só tenho uma tiara. E as bonecas, queria ter tido tantas Pollys, tantas Barbies, e eu até tinha algumas, mas eu queria sempre mais, sempre muito mais, e eu não tinha. Não tinha.
E isso é tão horrível!
Não o fato de eu não ter conseguido todas essas coisas, mas o fato de que desde pequenos somos condicionados a querer mais e mais, nunca nada é o suficiente. Se você ganha uma boneca, logo quer a roupa de festa da boneca, e a casa da boneca, e o carro da boneca e os amigos e namorados da boneca. Quando ganhamos o que queremos, ao invés de nos contentarmos, queremos mais coisas ainda. É a sociedade do descartável, da insatisfação, do instantâneo. E essa geração de crianças insatisfeitas e mimadas hoje cresceu, e é a geração dos adolescentes promíscuos e sem amor próprio.
Sim. A menina que antes queria a Barbie agora quer beijar um garoto. E ela consegue esse garoto com a facilidade com que conseguiu a Barbie. E essa garota vai descartar o menino assim como descartou a Barbie.
Não há mais a espera, a ansiedade, a alegria ao abrir os presentes de Natal e ver que aquele brinquedo que você vem pedindo há meses finalmente é seu. Não há mais a paquera, a sedução, a demora. Tudo se entrega com a mesma facilidade e praticidade com que se descarta.
Somos uma geração de consumistas, de insatisfeitos, de instantâneos; desde comida até relacionamentos. E, estendendo o assunto um pouco, até drogas. Quando questionados sobre a razão pela qual os adolescentes usam drogas, respondemos que é uma 'forma de escape'. Isso reflete 100% os ideais a que somos apresentados hoje. É uma forma de escape? Sim, enquanto dura o efeito da droga é uma forma de escape. É muito mais fácil se drogar todos os dias do que frequentar uma psicóloga e ter que encarar seus problemas, porque isso leva tempo e esforço por parte de quem tem o problema.
E quando/se eu tiver uma filha, vou pensar muito bem antes de surpreendê-la com uma Barbie.
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