Enrolada no meu cobertor, tomando um chá e ouvindo clássicos de jazz, eu praguejo mentalmente sobre como eu queria ter nascido em outra época. Na época em que ainda se dançava, a música ainda era feita com instrumentos e que o mundo ainda girava devagar. Penso sobre como eu me encontro num momento descompassado e sem ritmo.
Eu queria que minha vida fosse perfeitamente compassada e doce feito uma valsa, segura, estável e feliz. Queria aprender a acertar os tempos quando minha vida alterna de um adagio para um vivace. Queria que minha vida fosse mais Debussy e menos Béla Bartók. Queria que os acontecimentos da minha vida fossem mais legatos do que stacattos. Queria que minha vida parasse de combinar tanto com músicas de Édith Piaf. Queria que as coisas boas tivessem a duração de uma breve, e não de uma semifusa.Queria me livrar dessas constantes barras de repetição, quero mudar de movimento, e quero viver menos no pianissimo e mais no fortissimo. E o mais importante, eu queria que minha vida fosse regida por um maestro profissional, experiente e expressivo, e não por uma menina tonta que não sabe nem o que quer almoçar no dia seguinte.
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