sexta-feira, 4 de setembro de 2009

- trecho -

- Eu tenho um rascunho de um texto meu no meu caderno de português. Quer ler? – Bruna perguntou.
- Com todo o prazer.
Então Bruna abriu o caderno, e mostrou o texto ao seu mais novo fã.
- Esboço sobre o amor. Ele vem quieto, sem fazer cerimônia, mas arrasa com todos logo que chega. Muda pensamentos, atos pessoas, ideologias. Move passeatas, contribuições. Mobiliza nações. – Ele começou a ler.
E enquanto ele lia, atento, concentrado, ele franzia a testa e dava um meio sorriso a cada ponto final. Seus olhos percorriam o texto com muita rapidez. Ele devia ser um grande fã de livros. Os olhos às vezes paravam, voltavam; mas depois continuavam. Sua boca, vez ou outra, se mexia; lendo silenciosamente palavras marcantes do texto. Bruna observava cada detalhe, cada gesto, como se ela nunca mais fosse vê-lo. Como se ela nunca mais fosse se lembrar do ritmo em que os dedos de ele batiam no braço do banco; do seu tique nervoso de mexer a perna; de como os seus cabelos castanhos e naturalmente lisos às vezes caíam-lhe na frente de seus belos olhos. De tempos em tempos, ele percebia o olhar de Bruna e a lançava um sorriso tímido, com a pergunta ‘ei, o que foi?’, mas logo voltava sua atenção ao texto.
Quando ele terminou de ler, soltou um grande suspiro, e deu um sorriso maroto. Seus olhos carregavam uma expressão mais marota ainda.
- O que? O que foi? – perguntou Bruna. ‘Se ele não tiver gostado, eu não me perdoarei jamais’, ela pensou.
- Está ótimo. Você já pensou em escrever um livro? – ele questionou.

trecho de um conto, no qual estou trabalhando.
totalmente fictício.

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