quinta-feira, 25 de novembro de 2010

perdas

Nesse ano foi tudo muito drástico e intenso. Do nada começo a ter duas provas por semana, começo a ter que realmente estudar, a ter mols de quilos de matéria por dia... a quantidade de coisas que eu aprendi esse ano é absurda, tudo é absurdo, o ano passou tão rápido, eu tenho mais um ano e meio pra decidir o que eu vou ser da minha vida, me explica, como lidar?

Mas o problema não é isso.

Depois do segundo ou terceiro mês, você se adapta à rotina de ter que estudar um pouco mais, duas provas toda semana, mols de quilos de matéria por dia e assim por diante. O triste, triste de verdade, é ver pessoas de quem você gostava, quem você apreciava, mudar para algo totalmente nada a ver. É triste se distanciar de gente com quem você conviveu a vida inteira. É triste saber que enquanto algumas pessoas mudam para melhor e amadurecem, algumas decidem que não querem isso. É pesado estar numa escola em que seus antigos amigos estudam e você olhar para eles e dizer, "eu não tenho mais nada a ver com isso". As pessoas mudam tanto.
Me lembro que nessa mesma época ano passado eu estaria escrevendo sobre como tenho uma segunda família, sobre como nós nunca nos separaríamos, sobre como nossa amizade é pra sempre. E lembrar disso é tão frustrante, e eu me sinto tão impotente!
Era tudo tão fácil... tínhamos uma cumplicidade, só de olhar nos olhos de alguns dos meus antigos amigos nós já começávamos a rir, e hoje somos como estranhos... eu acho que tenho essa tendência de afastar pessoas, acho que tenho essa tendência a mudar rápido de mais e não dar tempo para os outros me acompanharem.
Sempre ouvi falar que sou muito séria, muito mãe, muito preocupada e coisas assim, mas o que eu posso fazer? Eu sou assim, nem sempre fui assim, mas acho que quando se faz 15 anos é hora de olhar para o futuro de daqui 3 anos, e não para a festa do próximo fim de semana, certo?
Mas, de qualquer forma, nesse aspecto eu sou triste, sou inconsolável, eu queria que tudo tivesse ficado do jeito que era. Eu mudei, mas várias pessoas também mudaram do avesso, fizeram outros amigos que não têm nada em comum comigo, e eu?, que sou uma pessoa muito bem aceita e que se encaixa em qualquer grupo social, fiquei aí, perdida. Tentei explicar esse fenômeno de ruptura de relacionamentos de muitas formas. Eu comecei a namorar, amadureci muito em pouco tempo, e da mesma forma que eu mudei, as pessoas mudam, da sua forma, também... Se eu sei bem quem eu sou e não gosto de ficar indo na onda de grupos específicos, também há gente que não é tão certo assim de sua personalidade e não vê problemas em mudar de estilo, comportamento ou atitudes. E não digo isso de forma pejorativa, pois somos adolescentes, a nossa maior crise existencial é com relação à nossa personalidade. (Bom, pelo menos, os 1O% da população adolescente que reflete um pouco mais a respeito de si próprio passa por essa crise em algum momento)

Bom, o que eu quero dizer, no final das contas, é que eu sinto falta de tudo. De ter uma turma grande, de ser cúmplice de alguém, sinto falta de sair com vocês. :/

(Acrescentando, sou eternamente grata por ter conhecido pessoas tão legais também, esse ano... acho que eu teria ficado deprimida sem vocês <3)

Um comentário:

vmbsf disse...

"nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia; tudo passa, tudo sempre passará..."
Mas, as lembranças, essas ficam e passam a fazer parte de você.
Ganhos e perdas, como escreveu Lya Luft; em cada escolha, uma perda. Se a perda for maior que o ganho, da próxima vez, faça diferente.
E, se cada um sabe "a dor e a delícia de ser o que é", como Caetano escreveu, contemple mais as suas delícias,o caminho difícil sempre a atraiu mais e, este, é para poucos, raros, você ainda sentirá muita solidão .
Mas você aguenta!