E quando a riqueza de palavras da língua portuguesa se extinguir e as coisas se resumirem a boas ou ruins? E um sentimento, terá de se encaixar entre "positivo" e "negativo", apenas? E quando aquela sensação de "não ter palavras pra descrever" se tornar real e literal? E se a tendência atual da simplificação de, em sua maioria, adjetivos, tomar proporções inimagináveis e a nossa língua começar a cada vez mais perder palavras?
Poderemos considerar por finado o trabalho de escritores e psicólogos. Rimas raras serão um conceito vazio, e a literatura se resumirá a textos que uma criança conseguiria escrever. Não haverá mais sentido tentar dar um nome para o que se sente porque esse nome não mais existirá. Chegar-se-á a um ponto em que as pessoas ficarão cada vez mais planificadas e previsíveis.
Portanto, eis meu apelo: não matem o português. Não transformem "pedaço" em "peda", "obrigada" em "obri" e "por favor" em "purfa". Não definam tudo como "top" ou "muito louco", e se perguntarem-lhe como você se sente, tente não responder como "ah, sei lá, sabe, tipo assim".
p.s. você é professor de gramática? não, né? então faça-me o favor de ir às favas com suas correções gramaticais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário