sexta-feira, 2 de outubro de 2009

admirável mundo novo - rascunho

A predominância de citações de Shakespeare se dá ao fato de que Shakespeare, por ter vivido durante o renascimento, escrevia muito sobre sentimentos característicos de humanos. Amor, ciúme, ódio, afeto. Tudo o que essa nova sociedade inventada no texto é privada de sentir, pois, segundo seus precursores, com sentimentos há a instabilidade pessoal. Com a instabilidade pessoal, há a instabilidade social, ou seja, a desordem, a anarquia, a bagunça – e isso seria um desastre para uma sociedade completamente controlada pelo Estado.

Partindo dessa dúvida, muitos anos antes do começo da história (no livro), o Estado decidiu controlar os indivíduos de forma que eles não teriam pensamento próprio, opiniões próprias ou valores próprios – eles apenas seguiriam o que o Estado acreditava que deveriam seguir. Assim, revoluções, greves, desigualdade social e insatisfação seriam riscadas da história. Todas as pessoas são criadas em laboratório. Ficam o período equivalente a nove meses em uma espécie de câmara, recebendo nutrientes necessários e tendo definida sua vida, suas características e seu futuro.

O que garante o “sucesso” desse modelo de sociedade são, de fato, as chamadas “lições hipnopédicas”. São gravações de uma voz dizendo-lhe repetidamente as mesmas coisas, durante o sono. A quantidade de vezes que uma frase é repetida depende da sua importância no futuro e na formação dos indivíduos. Essas frases garantem a satisfação, acomodação e conformismo de todos os indivíduos em relação à sua vida, casta e futuro. Frases como “sou feliz porque sou uma Beta, pois imagine, Alfas têm trabalho demais e Deltas são inferiores e usam uma cor de roupa horrível” são repetidas até o fim da vida.

A sociedade é extremamente capitalista e incentiva o consumismo excessivo. Nada pode ser reaproveitado, e todas as atividades disponíveis envolvem o gasto no meio. O conformismo também é uma característica presente nesse mundo fictício, junto com a promiscuidade e o desligamento dos sentimentos (e da família)– a promiscuidade tem relação com Freud. O condicionamento humano feito nesse meio apóia a atividade sexual desde as mais tenras idades. Ou seja, a relação sexual como prazer e diversão, não só como procriação. Freud é comparado/confundido com Ford, o inventor da linha de montagem em massa dos indivíduos.

- rascunho da análise -

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