segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

is this real life?

- Eu preciso aprender a não me importar com as coisas.
- Que coisas exatamente?
- Ah, meu caro, tudo... preciso sentir que há algo mais, sabe? Que esse mundo não é tudo, que eu não tenho que me iludir com as coisas que vejo, sabe?
- O mundo não é como você o vê ou percebe. Você vê um mundo de um jeito que é limitado à capacidade do seu cérebro de interpretar o que lhe é transmitido. Suas noções de claro, escuro, quente e frio são relativas. Você está preso ao seu cérebro.
- Quer dizer que o mundo como eu vejo não é real?
- Quero dizer que o mundo como você vê é só isso: o mundo como você vê. Se você tivesse visão de calor, o mundo seria completamente diferente. Provavelmente não haveria conceitos de bonito ou feio. Seria tudo baseado na quantidade de calor emanada. A tecnologia, a moda, o aprendizado, tudo seria diferente, porque estaríamos limitados a algumas poucas cores, a algumas poucas formas.
- Ainda não entendi.
- O mundo como você vê é diferente de como um daltônico vê. A música como você ouve é diferente de como um cego ouve. Você pode ver as coisas diferentes. O seu mundo é diferente do meu. O que é significante para você é diferente do que é significante para mim. As coisas às quais você dá atenção são diferentes das minhas. Logo, a sua forma de perceber o mundo é diferente da minha. Não se prenda à forma dos outros de ver o mundo. Você deve viver e se adequar à sua forma.
- ...?
- É como se essa realidade fosse um sonho. Cada um sonha da sua forma. Cada sonho mexe com a percepção do seu sonhador de uma forma. E o que nos garante que nós não estamos sonhando, como em Matrix? As sensações que são despertadas em você deveriam fazer você se sentir único. Não deixe ninguém falar como viver sua vida. Você quer aprender a não se importar com as coisas? Não é essa a resposta. A resposta é uma reflexão acerca do que importa para você e com o que os outros querem que você se importe.

There is no spoon.

Um comentário:

Marina Silva e Siqueira disse...

nossa bruna, excelente texto