segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

também sou suicida.

Minha vida baseia-se na minha necessidade de sentir-me útil.
E cada sofrimento, cada angústia, cada sentimento que me deixava inquieto era um impulso para uma reflexão e, por conseguinte, uma decisão ou conclusão.
Também sou suicida, e considero isso uma fraqueza. Mas sou tão suicida que sigo uma filosofia na verdade propensa à vida, sou tão paradoxal que transformo minha maior fraqueza na minha maior fonte de forças. Sei que não faz sentido, pois todo indivíduo suicida é aquele que ultrapassou todos os próprios limites e que não enxerga mais um sentido na própria vida... mas minha vida é tão insignificante (no sentido literal de "sem significado" da palavra) e minha busca tão quimérica que me pergunto quais são os meus limites. Até que ponto um homem pode aguentar? Qual nível de sofrimento é necessário para que o homem desista de sua vida? De certa forma, apesar de minha vida não ser digna de um sentido, mantenho-me vivo por um propósito. E não, viver por uma ideia não significa necessariamente que essa vida tem algum sentido.
Matar-se é relativamente fácil e caseiro; e a ideia de que essa porta de saída de emergência está constantemente aberta só me instiga a permanecer vivo, a testar-me os nervos, a provar que sou mais forte que qualquer dor já vivenciada. E, em último caso, ou não.

Um comentário:

Sujeito Oculto disse...

A ideia de suicídio me persegue dia e noite. Mas a dor ainda não alcançou a vontade de entender esse mundo de loucos.